13 de maio de 2011

Toque.

Fora apenas um toque, um toque por assim dizer perfeito.
            Ela estava ali sentada há mais de uma hora, a olhar a imensidão de todo aquele paraíso, era fantástico olhá-la e perceber o quanto observava cada detalhe, detalhes tais que mais ninguém reparava. Tinha os olhos grandes e pretos. Nunca mais esqueci da profundeza daqueles olhos, pareciam atravessar barreiras mas por outro lado havia algo neles que transmitiam insegurança, a solidão e talvez a fragilidade que existia nela. Eram únicos, magníficos.
No meio daquele contra-tempo inseguro, vi aproximar-se por trás daquele banco de jardim, castanho-escuro, envolto naquele todo de cores, desde o verde ao azul, o branco que a ela lhe pertencia, melhor dizendo... ao seu vestido, esse branco que transmitia a paz interior, a calma.
Chegara de repente alguém, não se conseguia ver claramente o seu rosto, mas não parecia alguém com tão bom aspecto como o dela, este ser que se aproximará tocou-lho em um dos seus ombros. Viu-se claramente o turbilhão de sentimentos em que nela ocorrera, o medo e a insegurança do quem lhe terá tocado, trespassando para a felicidade, a pura cumplicidade.
            Há primeira vista diria que o seu relacionamento não era apenas amizade mas que sim talvez mais.
O que mais me fascinou foi aquele turbilhão de sentimentos a passarem por todo aquele contra-tempo, os sentimentos até pareciam estar numa corda bamba, aquela incerteza toda, a incerteza dos sentimentos dela, o seu ar pensativo e distante.
Tudo se baseou naquele toque, o toque perfeito...

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